Palavras do Presidente da Academia das Ciências de Lisboa - 2009-05-08
Palavras do Presidente da Academia das Ciências de Lisboa, Professor Eduardo Romano de Arantes e Oliveira, proferidas no dia 8 de Maio de 2009, na Cerimónia da Investidura de Sua Alteza, o Príncipe Aga Khan, como Membro Estrangeiro da Academia das Ciências de Lisboa
Alteza;
Senhor Prof. Adriano Moreira, Presidente da Classe de Letras e Vice-presidente da Academia das Ciências;
Senhores Ministros da Defesa e da Cultura
Senhores Reitores;
Eminentes Académicos;
Senhores Professores e homens de Cultura e de Ciência;
Minhas Senhoras e meus Senhores:
No dia da primeira visita do Príncipe Aga Khan a uma Academia que teve a sabedoria de o eleger como um dos seus membros estrangeiros, é com grande prazer e honra que saúdo Sua Alteza em nome da Instituição a que presido.
Senhor:
Muitas altas personalidades estrangeiras visitaram esta veneranda Academia desde a sua fundação há 230 anos. E alguns deles foram eleitos seus sócios.
Não faria porém sentido considerar Vossa Alteza como um visitante ilustre entre muitos outros.
De facto, Vossa Alteza não só é - desde 1957 -, o 49º Imam dos Ismaelitas, e portanto o chefe espiritual de uma comunidade que a Nação Portuguesa aprendeu a olhar com a maior estima entre as várias que acolhe no seu seio, como, no exercício das suas altas funções, tem agido como homem de fé e de cultura, e demonstrado um talento excepcional de político, diplomata e organizador.
As profundas e necessárias transformações políticas que nas últimas décadas ocorreram na Ásia e em África poderiam ter sido muito mais difíceis para várias nações, e para a Comunidade Ismaelita fixada no meio delas, não fora a sua actividade de leader e estadista.
A “Rede Aga Khan para o Desenvolvimento” que Vossa Alteza concebeu, conhecida pela sigla AKDN, constitui um sistema de agências de desenvolvimento mandatadas para se ocuparem de aspectos que vão desde a saúde, a educação, a cultura, a arquitectura e a revitalização de cidades históricas, às microfinanças, à fundação de empresa privadas, ao desenvolvimento da sociedade civil, ao desenvolvimento rural, e à mitigação de catástrofes naturais.
Lamento que o horário necessariamente rigoroso a que a visita de Vossa Alteza teve de se sujeitar me impeça de dizer mais sobre o Homem e os êxitos que coroaram a sua acção.
Vou pois terminar este meu curtíssimo discurso desejando a Vossa Alteza felicidade e êxitos para os seus empreendimentos.
Durante a sua vida pública, demonstrou uma capacidade quase única para ligar o Oriente com o Ocidente. Olhamos pois a sua associação à nossa Academia como muito mais que uma honra que a Instituição entendeu outorgar a um homem que tanto admira.
Asseguro-lhe, Alteza, que a Academia das Ciências de Lisboa, lídima representante da tradição portuguesa, deseja desempenhar um papel muito significativo nas relações do Aga Khan com uma nação que, como a nossa, sempre se sentiu vocacionada para promover o diálogo entre culturas e civilizações.
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